segunda-feira, 25 de junho de 2007


Assim, esse tipo de imagem ajudou a divulgar a evolução tecnológica e o apogeu dos arranha-céus americanos nos anos 20 e 30, quando destacava o estilo art-déco, além de popularizar o próprio arranha-céu.
Quando a técnica de construção em estrutura metálicas começava a ser aplicada na construção civil, nos anos 1890, o estilo mais comum de arranha-céu americano é o que vê o edifício como uma coluna gigante, com base, fuste e capitel. Mas da modernidade que os arranha-céus representam é quebrada, pois os edifícios ainda estavam presos ao estilo neoclássico, assim como o Fuller Building (significa ferro de engomar e tem a forma de um) de 1902, mais conhecido como ‘Flatiron’, muitas vezes retratado em postais e filmes.
O arranha-céu era, portanto, internamente, um desafio tecnológico estrutural invisível e, externamente, revestido por uma casca cujo visual remetia a uma forma antiquada. A arquitetura americana demorou ainda muito tempo para se livrar das amarras da Escola de Belas Artes francesa, a qual era preponderante nas universidades americanas. Seus seguidores, ao contrário dos arquitetos da vanguarda européia, não viam a América como um território livre para experimentações das novas possibilidades da modernidade mecânica, mas como uma amplificação espacial da grande tradição arquitetural européia, um espelho contemporâneo do tradicional classicismo.
Depois do estilo coluna tripartite, a partir de 1910, popularizou-se o arranha-céu em estilo neogótico, do qual o mais famoso é o Woolworth Building, de 1913. Apelidado de “a catedral do comércio”, foi o mais alto edifício do mundo até 1930. Apesar da historicidade aparente, este edifício apresenta uma idéia moderna na medida em que os ornamentos são superdimensionados e posicionados de modo a serem vistos de longe, do chão, pelo passante, o consumidor em potencial. “A referência gótica era uma maneira de se construir um edifício que tivesse a verticalidade pujante de um arranha-céu, ao mesmo tempo em que mantivesse uma conexão com as formas clássicas, e, por associação, aos ideais de nobreza cívica”. As inovações modernas ainda eram apresentadas numa embalagem bem pouco moderna.
A arte oferece-se como uma promessa de liberdade, um meio através do qual, supostamente, se tem acesso às novidades modernas; ao tornar-se mais uma mercadoria, porém, sua obsolescência é fulminante.

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